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A
LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA
O sofrimento de quem
um dia já foi grande
Na
gangorra do futebol, Bangu retorna à
elite depois de quatro anos de agonia,
enquanto o América, sem atividades
até julho, padece pela primeira vez
na Série B do Rio
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UM
FUNCIONÁRIO DO BANGU
apara a grama de Moça
Bonita:
estádio terá
jogos do Campeonato Estadual |
Rivais em campo e no coração
de torcedores cariocas por quase
um século, Bangu e América
sofrem com a gangorra do futebol.
Pela primeira vez na Segunda Divisão
do Estadual, o Mequinha só
terá futebol em meados do
ano. O Alvirrubro da zona oeste,
após quatro anos de angústia
na Série B do Rio, está
de volta ao palco principal, mas
sem o glamour de outrora. América
e Bangu resistem, insistem, sobrevivem
sem dinheiro, estrutura, craques...
- Eu estou me virando porque está
difícil - reconheceu o presidente
do Bangu, Jorge Varella.
Gerado dentro da Companhia Progresso
Industrial do Brasil em 1904, o
Bangu apela à sua essência
trabalhadora para suprir a escassez
de dinheiro para produzir orgulho.
A esperança se baseia no
suor operário de seus jogadores.
Sem estrela, o clube carrega a tradição
no escudo.
- Iniciei o trabalho pensando em
ficar na Primeira Divisão.
Agora, já vejo chance de
chegar a uma semifinal - afirmou
o presidente.
No vestiário de Moça
Bonita, sem suporte de um psicólogo
na comissão técnica,
um cartaz afixado faz a contagem
regressiva para a estreia diante
do Mesquita, o que pode significar
a retomada do clube e a guinada
de várias carreiras:
"Faltam apenas 7 dias para
o início da etapa mais importante
de nossas carreiras. Você
está preparado? O nosso sucesso
depende do empenho de todos",
diz a mensagem.
Assim como sua fundação,
o lema é mãos à
obra. Na sede, funcionários
se esforçam no retoque de
muros, grades e arquibancadas. No
campo - totalmente desnivelado -,
a grama está aparada para
Moça Bonita voltar a comportar
um jogo de Série A. Os vestiários
necessitam de modernização.
Para transportar o elenco para os
jogos, parceria com uma empresa
de ônibus está fechada.
Clube que na década de 80
era administrado pelo contraventor
Castor de Andrade e exibia fartura,
hoje está à míngua.
A diretoria tenta vender o espaço
na camisa para afrouxar o nó
da folha salarial - R$ 50 mil -
e respirar. Recém chegado
à elite, o time tem cota
de TV inferior aos pequenos - cerca
de R$ 120 mil pela participação
no Carioca.
Com estrutura vulnerável,
o Bangu convive com a sombra da
"proteção"
da Federação de Futebol
do Rio de Janeiro, já que
o presidente Rubens Lopes é
torcedor do clube. - Isso nem perturba
mais a gente. Ficamos na Segunda
Divisão justamente o período
em que Rubinho assumiu à
Federação. Em 2008,
tivemos a defesa menos vazada e
o melhor ataque. Será que
o Rubinho entrou em campo e fez
50 gols? - questionou o supervisor
Celso Bandeira.
Homenagem
e planos para o ídolo Marcão
O Bangu pavimenta o sonho de surpreender
no Campeonato Estadual com juventude
e amor à camisa. Sem dinheiro,
a diretoria aposta nos pratas-da-casa
unidos a jogadores experientes com
sentimento ligado ao clube. O apoiador
Douglas Silva já está
integrado ao elenco e o sonho de
consumo da diretoria é o
volante Marcão, jogador símbolo
da redenção do Fluminense
no final da década de 90.
- Temos um projeto interessante
para o Marcão, que ele gostou.
Estamos esperando a resposta - afirmou
o presidente do clube, Jorge Varella.
A proposta consiste em oferecer
a Marcão a continuidade como
técnico de futebol, logo
assim que encerrar o Campeonato
Estadual. Por ora, o técnico
Edson Souza trabalha com a realidade
imposta. A folha salarial não
pode passar dos R$ 50 mil e o maior
salário é de R$ 4
mil. As esperanças são
os atacantes Somália e Sassá.
Com Moça Bonita em reformas
e sem estrutura ideal - os jogadores
fazem musculação numa
academia perto do estádio
-, o time realizou pré-temporada
no emprestado centro de treinamento
do empresário Pedrinho Vicençote,
em Itaguaí. Antes, treinaram
num campo do Corpo de Bombeiros,
em Guadalupe.
Repórteres:
Guto Seabra e Vitor Machado
Fotógrafo: Guilherme Pinto
Fonte: Jornal Extra, publicada em
18/01/2009.
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Estatísticas |
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Jogos |
4.116 |
Vitórias |
1.713 |
Empates |
980 |
Derrotas |
1.423 |
Gols Pró |
7.267 |
Gols Contra |
6.306 |
Saldo de Gols |
961 |
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Artilheiros |
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Ladislau |
229 |
Moacir Bueno |
202 |
Nívio |
152 |
Menezes |
138 |
Zizinho |
124 |
Luís Carlos |
119 |
Paulo Borges |
109 |
Décio Esteves |
97 |
Arturzinho |
93 |
Marinho |
83 |
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