Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias

Os patrocinadores

Texto: Luiz Mendes.
Fonte: Coluna Histórias Da Bola, publicada no Jornal dos Sports, em 21/01/2007.

Diziam que colocar publicidade nas camisas dos clubes violentaria os sentimentos dos torcedores e faltaria com o respeito às tradições históricas do futebol. Mas essas restrições caíram por terra em função das dificuldades financeiras.

O primeiro clube a ter um patrocinador com símbolo inserido no uniforme dos jogadores, foi o Bangu. No final da década de 40 e no começo da de 50, a fábrica de tecidos que funcionava no bairro, resolveu assumir o Bangu e isso deu ensejo a que a agremiação banguense formasse alguns grandes times, disputando títulos e figurando entre os grandes clubes cariocas. Lembro-me daquele time que tinha o goleiro Oswaldo Topete, o zagueiro argentino Rafanelli, os atacantes Bianchini, Parada e Nivio alem do maravilhoso Zizinho no meio de campo.

Recordo de outras grandes equipes do pobre clube que foi fundado em 1904 e que tanto tempo levou sendo apontado como pequeno. Mesmo tendo sido o primeiro campeão profissional do Rio (1933), o Bangu não se ombreava com os chamados grandes. Botaram na camisa branca do Bangu, o losango que identificava a fábrica e esta foi a primeira presença publicitária no uniforme de um clube de futebol, acredito que tenha sido a primeira vez que isso aconteceu no mundo.

Depois, como eu disse, os problemas financeiros abriram espaço para que as camisetas dos clubes passassem a funcionar como pequenos painéis publicitários, Veio o Flamengo com a Petrobras. Houve até um amigo que queria entrar com uma ação popular contra a estatal, alegando que ele, torcedor do Fluminense, usuário dos postos da Petrobras, não era obrigado a contribuir para o Flamengo.

Mas a mensagem está inserida no chamado manto sagrado rubro-negro. Penso que a publicidade nas camisas dos clubes é uma saída para resolver muitos problemas. Vejam como o Celso Barros, apaixonado pelo seu Fluminense, tem sido abnegado ao patrocinar o tricolor, ato que deveria ser seguido por outros donos de empresas, para amenizar as dificuldades do nosso depauperado futebol.

O exemplo de Celso Barros é tanto mais sublime quando se sabe que a empresa dele não tem vantagens com o fisco por ajudar um clube esportivo. Nem mesmo a nova lei de incentivo ao esporte, que desconta as contribuições do imposto de renda, se aplica aos patrocinadores dos clubes profissionais, pois se restringe apenas aos esportes olímpicos.

Que muitos Celsos Barros apareçam para melhorar o nível do futebol brasileiro!