Gigante Moça Bonita
Texto: Fábio Labre, fundador da Torcida Banfiel, 06/03/2008.

Passando hoje pelo estádio Guilherme da Silveira Filho, o popular Moça Bonita, veio a saudade, a tristeza e ao mesmo tempo a esperança. Quantas alegrias tivemos lá, vitórias, risadas, choros de alegria ou tristeza. Realmente que saudade. Saudade dos velhos tempos, aliás quem sou eu para falar dos velhos tempos. Pra mim, banguense, o velho tempo que me refiro, são os anos 80 e até mesmo 90. Porque não? Tenho apenas 29 anos. Mas não esqueço, todo domingo eu estava lá, em Moça Bonita. "Zuado" pelos colegas, saía de casa às vezes sozinho, ou acompanhado por algum banguense novinho de 60 anos ou mais. Meu falecido avô dizia já vai vê-lo perder mais uma vez. O velho Pedro, ex-mestre da fábrica de tecidos Bangu, já previa o momento atual, embora ele mesmo fosse banguense. O gigante não lotava, mas como sempre os banguense de verdade estavam lá para apoiar o time. Muitos já se foram, como meu adorado avô, outros não vão mais devido a expulsão das sociais e serem obrigados a assistir o jogo no lado do sol.
Quando falo em gigante - claro que é gigante - poucos times no Rio tem um estádio como o nosso. Embora arcaico, é aconchegante. Velhos tempos, os times grandes jogavam aqui e temiam, hoje nenhum time teme mais o Bangu. O gigante que trouxe alegrias para nós torcedores adormece, sem saber o dia do jogo, sem saber quando iremos jogar. Do lado de fora uma pintura antiga, parte do muro sem reboco, portões quebrados e sem pintura nova. Moça Bonita nos traz saudade, embora em más condições o gigante hoje tem um gramado ainda bom, entrei e tive uma surpresa, irrigações suspensas no gramado, aquele sol nascendo lá no fundo e o gramado sendo molhado, pelos menos isso. Mas não se alegrem! Tratado para um jogo de final de semana de um outro time, Mesquita quem sabe.
E o Bangu profissional? O velho Moça Bonita não sabe, nem eu! Muito emocionado neste momento, sinto saudades do meu estádio - o sessentão adormecido...