Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias

Bangu - Campeão Carioca 2008 - Segunda Divisão

Texto: Fabio de Menezes
Fonte: Site do Programa Mesa Redonda (www.edilsoncsilva.com.br) da CNT do Rio de Janeiro, 17/11/2008.

O Bangu, dono da melhor campanha da Segunda Divisão, após trinta disputadas, assegurou seu retorno à Primeira Divisão do Rio de Janeiro, da qual esteve ausente há quatro anos, e saindo justamente no ano em que completou o seu centenário.

Para devolver o orgulho aos seus torcedores, o clube acertou em cheio ao contratar um nome que é unanimidade e que todos apontam como o grande responsável pela campanha: o treinador Antônio Carlos Mendes de Souza, o Roy, que tem a carreira marcada por acessos e também por boas presenças na elite do Rio de Janeiro, com equipes consideradas modestas, como Resende e o Friburguense.

Responsável pela formação do elenco do Bangu desde que chegou ao clube, há cinco meses, Roy utilizou 33 jogadores na competição e fez questão de recorrer à base dos juniores, campeã estadual da Segunda Divisão, pinçando oito deles, em trabalho integrado com o técnico Mazolinha e o preparador-físico da categoria, Fabrício Abreu, que compõe a comissão técnica do elenco profissional.

O elenco é jovem, e apenas dois jogadores já chegaram aos 30 anos, dentre os quais o zagueiro Abílio (que também está entre os que mais atuaram, vestindo a camisa do Bangu por vezes, e marcando um gol), e que Roy trouxe do Linhares, campeão capixaba em 2007, quando trabalharam juntos. Mesmo perdendo por motivo de contusão dois dos principais atacantes do elenco, Rafael Zaror e Hiroshi, o clube encontrou no ala Valdir uma de suas grandes armas ofensivas e que tornou-se um dos principais goleadores do time. A destacar, ainda, a regularidade do meia Fred que, quando esteve bem, o time foi ainda melhor e o goleiro Cléber, jogador de muita experiência a serviço do clube, que volta ao Bangu após seis anos, com um vice-campeonato estadual pelo Madureira, em 2006, no currículo, e que conta com o treinador Jorge Lourenço, ex-goleiro da Portuguesa e do Botafogo, que Roy também trouxe para trabalhar no clube, com o auxiliar Cacalho (que atuou pelo clube em 1991), o preparador-físico Márcio Bittencourt e o fisioterapeuta Dennis Rodrigues.

Os números desta campanha são expressivos: 20 vitórias alcançadas, 6 empates e 4 derrotas. Foram 52 gols marcados e 21 sofridos. Treze jogadores balançaram as redes adversárias, o que demonstra quão importante foi o trabalho árduo de escolha de atletas para a missão do treinador Roy, que teve aproveitamento de 73%, um fato marcante na vida de um clube de 104 anos. Opinião defendida, aliás, pelo maior historiador do clube. Para Carlos Molinari, "Roy se aproxima de ser o técnico com melhor aproveitamento da história do Bangu."

Nas ruas do bairro as cores do clube já são vistas em camisas dos torcedores, e nas partidas do Bangu a média de público vem crescendo a cada rodada, com as facções promovendo churrascos que reúnem torcedores de todas as gerações na praça da Estação de Guilherme da Silveira, em frente ao estádio, como no auge do clube, há 23 anos, em que a Zona Oeste vestia e espalhava o vermelho e branco pela cidade.

Para 2009, segundo o presidente Jorge Varela, além de um novo fornecedor de material esportivo (Summerville, que por muitos anos vestiu o América), alguns jogadores deverão chegar a Bangu, principalmente atletas emprestados pelo Nova Iguaçu, como Paulo Henrique (volante) e Diogo Silva (goleiro, que este ano pelo estadual fez excelente campanha pelo Mesquita na primeira divisão). Alguns serão mantidos e outros retornam aos seus clubes de origem, dentre os quais o lateral Valdir, um dos destaques da competição, à Cabofriense.