Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias

Bangu é destaque no Nordeste

Fonte: Jornais do Nordeste, maio e junho de 1982

Foram 36 dias de bom futebol jogado por um time de grande categoria, elogiado por todos e cantado em manchetes de jornais por onde passava. Este foi o nosso Bangu, de Moça Bonita, um subúrbio distante do Rio encantou o Nordeste na sua recente excursão: 12 jogos, conseguindo 9 vitórias, 2 empates e uma derrota, justamente no Acre para o Juventus, por 2 x 1, embora surpreendesse a crônica esportiva.

Apesar de tantos dias longe da família, os jogadores e a Comissão Técnica souberam encarar todas as dificuldades que um período tão extenso proporciona.

Alegria dos gols

Um time de bom nível técnico que fez a alegria dos torcedores em todo o Brasil: 23 gols no melhor estilo, a ponto de causar inveja a qualquer cético. Mirandinha foi o artilheiro com 7 gols, seguidos de Toninho e Wagner, com 4; Rubens Feijão (3), Zé Lito e Lira (2) e Marcelo (1).

Escolher um tento mais bonito desta excursão seria difícil, mas pode-se relacionar um gol de calcanhar de Wagner contra a Seleção de Mossoró, após uma excelente jogada de Zé Lito, ou de Rubens Feijão, depois de driblar toda a defesa do Peñarol do Acre e, finalmente, do lateral direito Toninho numa estupenda cobrança de falta na partida com o Maranhão, em São Luís.

Resultado dos jogos

As vitórias foram as seguintes: 3 x 0 Peñarol; 2 x 0 no Independência do Acre; 5 x 2 na Seleção de Itacoatiara; 2 x 1 no Ceará; 2 x 0 na Seleção de Mossoró; 1 x 0 no Guarani de Sobral; 2 x 0 no Maranhão; 1 x 0 no Moto Clube; 2 x 1 no Sampaio Corrêa; 1 x 1 com a Seleção de Iguatu; 0 x 0 com o Rio Negro de Manaus; e 1 x 2 para o Juventus do Acre.

Bangu descobre novo horizonte

O time encarou, além dos adversários, uma verdadeira maratona para jogar em lugares desconhecidos e difícil acesso. Foram 5.300 quilômetros rodados em ônibus confortáveis - somando 53 horas. No entanto, não faltou a alegria dos componentes da delegação: Índio teve a oportunidade de provar que é bom no campo como no violão e a cada lugar que a comitiva chegava contagiava a todos fazendo verdadeira festa.

O importante nisso tudo, diz Catuka: "Não houve qualquer deslize apesar de tantos dias, com nenhum caso de indisciplina. O grupo teve um comportamento maravilhoso, digno das tradições do Bangu".

Com o bom futebol jogado, as propostas surgiram de todos os recantos, entretanto, não havia mais datas para amistosos e nem tão pouco fôlego, após 36 dias. No encerramento da excursão a delegação passou pelo teste final: enfrentar as balsas no Amazonas, em viagem para Itacoatiara e venceram.

Toda esta campanha excelente teve a colaboração de Tião, Toninho, Moisés, Mococa, Marco Antônio, Índio, Wagner, Rubens Feijão, Marcelo, René, Júlio César, Lauro, Zé Lito, Mirandinha, Lira, Júlio Galvão, Vilmar e Renato, os jogadores. Na comissão técnica: João Francisco, Carlos Alberto Galvão, Maurício Lacerda, Jorge Silva, Neto e Kleber Dutra. No Rio: Neco, Sidney, Jairo e Rubens Lopes.

Manchetes

O Bangu ganhou destaques onde passou e as manchetes dos jornais expressavam o surpreendente futebol jogado por este time que irá tentar o título estadual:

. A Crítica de Manaus: TORCIDA FESTEJA EMPATE DO GALO E BANGU.
. Diário do Acre: BANGU MANCHA FAIXAS DO INDEPENDÊNCIA.
. Jornal do Maranhão: BANGU DÁ SHOW E ENCANTA A GALERA.
. O Povo do Maranhão: BANGU SAI INVICTO E DEIXA SAUDADES.
. Diário do Ceará: BANGU MELHOR VENCE BEM O CEARÁ.
. O Mossoroense: SELEÇÃO DECEPCIONA E BANGU FAZ A FESTA.