Mestre Ziza, o catedrático
Fonte: Jornal dos Sports - Arquivo JS

Mestre sem pós-graduação, Zizinho foi um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Tratava a bola com carinho, como somente os verdadeiros craques sabem fazê-lo. Jogava tão bem e com tanta valentia que era admirado por todos os jogadores, incluindo adversários.
Mulato, de cabelo esticado, estatura mediana e bom de bola, teve berço em Neves, subúrbio de São Gonçalo. Nasceu no dia 14 de setembro de 1921. De lá era Zizinho, moleque de pernas tortas, o mais atrevido de sua geração. Provavelmente o mais talentoso dentro de um campo de futebol, fosse do terreno baldio da esquina em que morava ou de Wembley, na Inglaterra.
Iniciou carreira pelo Carioca, de São Gonçalo. Ganhou destaque rapidamente e logo trocou de time. Com o tempo, várias equipes da capital do então Distrito Federal se interessavam por seu futebol vistoso.
Certo dia, Ari Forgaça, um fanático pelo Flamengo, indicou-o a Oto Gloria, auxiliar técnico de Flávio Costa. Na sua primeira oportunidade, substituiu, num treino-teste, um de seus maiores ídolos: Leônidas da Silva. Depois desse dia não mais saiu do time. Foi tricampeão carioca em 1942/42/44, pelo Flamengo. Pela Seleção Brasileira, também não mais saiu depois da estréia.
Em 1950, foi vendido ao Bangu, numa das maiores transações do futebol brasileiro. Em 1957, tranferiu-se para São Paulo e ajudou o time a conquistar o Campeonato Paulista. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira 54 vezes, marcando 31 gols.