Foguete no ar: Bangu comemora 98 anos de vida
Fonte: Jornal dos Sports (Rafael Nicolay)
A torcida do Bangu tem um motivo especial para comemorar. Hoje, o clube completa 98 anos de existência dedicada ao esporte e, em especial, ao futebol. No dia 17 de abril de 1904, o Bangu Athletic Club era fundado por funcionários da Fábrica de Tecidos Bangu, na sua maioria vindos da Inglaterra. A sede ficava na Rua Estevão (atualmente, Rua Cônego de Vasconcelos).
Segundo a ata da fundação, o Bangu seria destinado ao cricket, ao tênis e ao futebol, mas foi este que lhe garantiu glórias e popularidade. Se os últimos anos não foram os melhores, resta a esperança de se repetirem os feitos do passado num futuro próximo, fazendo valer, assim, o que diz o hino: "O Bangu tem também a sua história, a sua glória.".
A história do clube está diretamente ligada à Fábrica de Tecidos Bangu. Em 1903, trabalhadores ingleses chegaram para trabalhar na fábrica e entre eles surgiam os primeiros comentários sobre um novo esporte: o futebol. Entusiasmados, brasileiros e ingleses decidiriam praticá-lo num campo improvisado ao lado das salas de trabalho. Bolas e chuteiras foram importadas da Inglaterra e logo o esporte começava a se tornar mania na região.
A origem ligada à classe operária promoveu uma das maiores contribuições do clube ao futebol brasileiro. Na vitória por 3 a 2 sobre o Fluminense, no dia 14 de maio de 1905, o Bangu contou com Francisco Carregal, o primeiro jogador negro a atuar por um clube de futebol no país.
As duas maiores conquistas são antigas: os títulos de 33 e 66. Os torcedores podem estar insatisfeitos, mas ainda há a esperança de que, caminhando para o centenário, o Bangu possa lhes dar alegria. É o que pretende o presidente Rubens Lopes, no cargo há pouco menos de um ano.
Para ele, uma medida imprescindível será investir na área social do clube, tendo como objetivo atrair o maior número de sócios possível. "A função primordial de um clube é fornecer lazer para seus associados. Temos investido mais nesse sentido, tentando fazer com que as pessoas se sintam atraídas para chegar a Bangu e ser do nosso clube", afirmou Lopes, citando a revigoração da natação, abandonada há mais de dez anos, como uma melhoria fornecida no seu mandato.
Mas ele mantém os pés no chão. "Estamos crescendo aos poucos, sem ultrapassar nosso limite financeiro. No Bangu, usamos a razão para fazer negócios", avaliou.
O time não fez boa campanha no Torneio Rio-São Paulo, mas pelo menos estará na próxima edição. No Estadual, a quinta posição no primeiro turno, após estar nas últimas colocações, serve como esperança de conseguir uma vaga na segunda fase. No domingo, o Bangu estreará no returno, contra o Botafogo.