Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias

Isso que é paixão

Torcedores que compareceram a Moça Bonita para ver o empate em 1 a 1 entre Bangu e Olaria provam que fanatismo resiste até na Série C

Fonte: Lance!, 25/09/2003
CORNETA - Seu Amorim reclama de marcação do bandeira contra o Bangu
CORNETA - Seu Amorim reclama de marcação do bandeira contra o Bangu

O que leva um senhor de 76 anos a sair da Tijuca até Bangu, sob um sol de 38 graus, para xingar o juiz em uma partida da Série C? O corretor de seguros aposentado Wilson Amorim não pestaneja ao responder: o amor pelas cores do seu time de coração.

Banguense por influência dos pais, Seu Amorim esteve presente no empate por 1 a 1 na tarde de ontem, seguindo uma rotina que começou aos seis anos. Essa paixão teve um hiato de oito anos. Brigado com a diretoria do clube, mudou-se para Florianópolis.

- Ano que vem é o centenário do Bangu. Não podia ficar longe, então resolvi voltar há dois anos - contou.

Em sua coleção encontram-se relíquias como o cardápio do que foi servido aos jogadores antes da final do título estadual de 1933. Seu Amorim não se conforma com a decisão de 1985, contra o Fluminense, por causa do polêmico pênalti de Vica em Cláudio Adão.

- Certa vez, encontrei com o Wright, árbitro daquela partida, e ele me disse "você pode não acreditar, mas eu já havia encerrado o jogo." Sendo assim, eu não acredito! - afirmou, prometendo que vai acompanhar o time pelo Brasil, caso o Bangu passe para a próxima fase.

Do outro lado das sociais, seis torcedores do Olaria também demonstravam que fanatismo não é privilégio de time grande.

- Não fui ao trabalho, sempre acompanho a equipe. Se dependesse do meu pai, eu torceria para outro clube. Isso aqui é amor mesmo - disse Bruno Soares, de 21 anos, rejeitando a idéia de que a praia, talvez, fosse um programa melhor.