Bangu Atlético Clube: sua história e suas glórias
Z

ZIZINHO
Nome: Thomaz Soares da Silva
✩ 14/9/1921 ✞ 7/2/2002
Período: 1950 a 1961
Posição: Meia-atacante
Jogos: 283 (159 v, 57 e, 67 d)
Aproveitamento: 66%
Gols: 126
Expulsões: 6
Estreia: Bangu 1 x 3 Flamengo (23/7/1950)
Despedida: Bangu 4 x 2 CSA (3/2/1961)

Não é exagero afirmar que Zizinho foi o melhor jogador brasileiro antes do surgimento de Pelé. E, por mais incrível que pareça, esse grande craque do futebol mundial passou exatas oito temporadas vestindo a camisa alvirrubra, treinando no Estádio Proletário, fazendo da Vila Hípica sua concentração.
A história do “Mestre Ziza” começou no Flamengo, onde jogou por mais de uma década. No entanto, o Bangu já cruzara o seu caminho duas vezes: a primeira, em 1938, aos 17 anos. Reza a lenda que ele foi fazer um teste na Rua Ferrer. Aprovado, pensou que assinaria um contrato como profissional do futebol. Qual foi a surpresa do jovem Thomaz quando soube que, no Bangu, o atleta era, ao mesmo tempo, um funcionário da fábrica de tecidos. “Ué, me chamaram aqui para jogar futebol, fiz o teste, passei e vocês me oferecem um emprego? Vim aqui para parar de trabalhar e vocês querem que eu trabalhe?” – teria dito ao recusar a oferta.
A segunda vez que o Bangu apareceu no caminho de Zizinho foi em 1946, quando ele já era um craque do Flamengo. O meia banguense Adauto – em lance casual – fraturou a perna do craque na partida de estreia do Campeonato Carioca daquele ano.
Zizinho não guardou mágoas de Adauto, nem do Bangu. Curiosamente, quatro anos depois, estaria assinando a transferência mais polêmica do futebol brasileiro até então. Deixaria a Gávea para ingressar no time de Moça Bonita.
A versão popular é que Zizinho teria vindo para o Bangu por causa de uma “aposta”. Uma outra versão, apontada pelo próprio jogador, dá a entender que o presidente do Flamengo o vendeu para o Bangu para conseguir a autorização para explorar os jogos da Loteria Federal. Essa autorização só era dada pelo Ministério da Fazenda – pasta que estava, em 1950, nas mãos de Manuel Guilherme da Silveira, pai de Silveirinha, Patrono do Bangu.
A versão mais pitoresca diz que o Dr. Silveirinha, em uma reunião da Federação Metropolitana de Futebol, explicou sua ideia de organizar uma grande equipe para o Bangu, com grandes jogadores, no intuito de honrar o Brasil no estrangeiro, indo constantemente atuar em algum país. Para o nosso Patrono, o ideal era que o Bangu tivesse um craque, do porte de um Zizinho - como ele mesmo citou - para aumentar o público e a renda desses amistosos.
Foi neste instante que o presidente do Flamengo, Dario de Melo Pinto, resolveu ironizar o Dr. Silveirinha dizendo que o Bangu nunca teria dinheiro para contratar um jogador como o Zizinho. Irritado, o Patrono perguntou quanto custava o craque. O dirigente flamenguista anunciou Cr$ 800 mil - uma fortuna na época. Guilherme da Silveira insistiu: “Se o Bangu tiver esse dinheiro, o Zizinho pode jogar no meu time?”.
Melo Pinto, que mais tarde seria execrado na Gávea, continuou brincando, afirmando que o “clube operário” nunca teria tanto dinheiro, recebeu no exato instante uma resposta: um cheque do Dr. Silveirinha no valor de 800 contos. Na frente de outros diretores da Federação, que serviram de testemunha, o que seria apenas uma provocação do poderoso Flamengo ao modesto Bangu, tornou-se a maior transação da história do futebol brasileiro até então. No dia seguinte, a frase “Zizinho é do Bangu” estampava os principais jornais.
Irritado com a forma como foi vendido, o ex-atleta do Flamengo prometeu jamais vestir a camisa rubro-negro, apesar de ser torcedor do clube da Gávea.
Estávamos em março de 1950, três meses antes do início da Copa do Mundo no Brasil. Zizinho foi titular absoluto na trágica campanha que terminou com a derrota da Seleção para o Uruguai, no recém-inaugurado estádio do Maracanã. Porém, foi eleito pela crônica esportiva como o craque do certame.
Como se fosse um “mimo” ao craque, o Dr. Silveirinha deu ao jogador uma loja de tecidos no centro de Niterói, para garantir-lhe uma “renda extra” vendendo tecidos Bangu. Tamanha gentileza seria retribuída sempre que Zizinho viajava ao exterior com o clube. O camisa 8 fazia questão de trazer presentes para o dirigente e perfumes para sua esposa.
Zizinho ajudou o Bangu logo em uma de suas primeiras aparições: ganhando o título do Torneio Início de 1950. Infelizmente, no Campeonato Carioca, a equipe não chegou à taça, ficando em 3º lugar. Mas, com o “Mestre” no time, o clube fez sua melhor campanha em mais de 15 anos, inclusive goleando o Flamengo por 6 a 0, numa partida intitulada pela imprensa como “a vingança de Zizinho”, embora ele tenha marcado apenas um gol neste dia.
Em 1951, lá estava Zizinho conquistando o Torneio Início do Rio-São Paulo com a camisa alvirrubra logo no início do ano. Mas, o grande troféu seria a longa excursão à Europa no Combinado Bangu/São Paulo. Havia, inclusive, uma cláusula estipulada: Zizinho teria que jogar todos os minutos de todas as partidas. No entanto, uma briga de egos com o técnico são-paulino Leônidas da Silva quebrou o contrato e abreviou a parceria entre os dois clubes. O Bangu, insatisfeito, voltou após 13 jogos que deslumbraram o espectador europeu.
Durante o Campeonato Carioca, Zizinho e o grande elenco banguense chegaram bem perto do título, perdendo na decisão para o Fluminense. O vice-campeonato seria a melhor colocação do clube na “Era Zizinho”, mas não contentou a ninguém na época. As finais, arbitradas por Mário Vianna, foram verdadeiras batalhas campais, em que o Flu foi amplamente beneficiado.
No auge da forma, Zizinho fez bonito em 1952, sendo o artilheiro do Campeonato Carioca, com 19 gols. Nada mal para um jogador de 31 anos. Nesta competição, fez o seu melhor jogo com a camisa alvirrubra justamente contra o Fluminense, no Maracanã.
O Bangu perdia por 2 a 0 e ele resolveu “endireitar” aquele placar. Numa jogada individual, com muitos zigue-zagues, invadiu a área e foi derrubado. Ele mesmo cobrou o pênalti. Dois minutos depois, voltou a fazer fila e parou na frente do goleiro Castilho, deslocando-o magistralmente. No finalzinho, levou toda a defesa tricolor atrás de si e tocou para que Moacir Bueno, livre, virasse o marcador: 3 a 2. Em apenas 90 minutos, Zizinho tinha perdido 4,5kg, mas estava recompensado.
Entusiasmadíssimo com o que vira em campo, o Dr. Silveirinha tornou praticamente inviável a saída de Zizinho do Bangu: “Até o momento não recebi nenhuma proposta para a compra do passe de Zizinho. Mas posso afirmar de uma vez por todas: esse jogador não é elemento negociável isoladamente. Por isso, acrescento: só venderei Zizinho juntamente com a Fábrica Bangu e o Estádio de Moça Bonita. Quem tiver apetite, apareça. Do contrário, não tenho tempo a perder!”
E ninguém apareceu por um bom tempo. Em 1954, acabou não sendo convocado para a Copa do Mundo, acusado de ser um jogador indisciplinado pela C.B.D. Na ocasião do Sul-Americano de Lima, em 1953, Zizinho teria brigado com a cúpula da Confederação exigindo melhores premiações aos jogadores da Seleção.
No Bangu continuava em alta. Em 1955, ganhou mais uma vez o Torneio Início, praticamente colocando o time todo nas costas. A situação só se inverteria durante o Campeonato Carioca quando foi bastante criticado após um jogo contra o Flamengo (2 x 2). Zizinho perdera um pênalti e deixara de marcar um gol praticamente feito. Não faltaram insinuações de que o craque teria “entregue o jogo” e alguns diretores chegaram a confabular com o técnico Tim para barrá-lo.
Lesionado no início de 1956, Zizinho desfalcou o Bangu por muitos jogos e, nitidamente, o rendimento da equipe decaiu. Sem o “Mestre” a ditar o ritmo, o alvirrubro era uma equipe bem comum. Quando voltou, logo se envolveu em outra polêmica: a queda do técnico Tim. Para a diretoria, Zizinho e outros atletas vinham fazendo o chamado “corpo mole”. Foi só mudar o treinador e o Bangu voltou a crescer.
Foco dos holofotes, Zizinho era o alvo certo dos juízes que estavam “na gaveta” e queriam prejudicar o Bangu. A fórmula era simples: expulsava-se o ídolo e o time ficava perdido sem o “Mestre”.
Contra o Vasco, em partida que deu ao clube cruzmaltino o título de campeão carioca, o Bangu foi prejudicado pela arbitragem tendenciosa de Eunápio de Queirós, expulsando Zizinho no intervalo de jogo, em decisão inédita! Zizinho teria reclamado do juiz a uma emissora de rádio ao término do 1º tempo e Eunápio ficara sabendo. Já expulso, no caminho para os vestiários, nova entrevista com o craque alvirrubro. Desta vez, irônico, chamou o apitador de “Larápio de Queirós”...
Já aos 36 anos, Zizinho fez em 1957 sua última temporada em Moça Bonita. Jogou pouco, até porque tinha sido novamente convocado para a Seleção Brasileira. No segundo semestre, fez sua última partida pelo clube longe de todos os torcedores: em Buenos Aires. Foi um amistoso histórico contra a Seleção da Argentina, onde o Bangu arrancou um incrível empate por 2 a 2, com um gol do “Mestre”.
Ameaçando abandonar o futebol se o Bangu não liberasse seu passe, já brigado com o presidente Fausto de Almeida e com o técnico Gentil Cardoso, Zizinho deixou o clube para jogar pelo São Paulo. No tricolor, mal chegou, e já vestiu a faixa de campeão paulista daquele ano.
Voltaria ao Bangu várias vezes para ser técnico dos profissionais. Durante uma excursão ao Nordeste, em 1961, o torcedor de Campina Grande e de Maceió exigiu que ele atuasse pelo menos um tempo. Assim, fez seus dois últimos jogos diante de Campinense e CSA, aos 40 anos. Não marcou gols e cedeu sua vaga à Válter, jogador que considerava de grande talento.
Foi o quinto maior artilheiro do Bangu, com 126 gols, mesmo não sendo um atacante de ofício.
O “Mestre” faleceu em Niterói, no início do ano de 2002, vítima de problemas cardíacos. Um ano antes, na festa de aniversário do Bangu, em 17 de abril de 2001, ganhara uma homenagem na sede social do clube, sendo intitulado o nome de “maior expressão banguense nos gramados”.

Todos os 126 gols de Zizinho pelo Bangu:
Canto do Rio (12), São Cristóvão (11), Fluminense (8), Flamengo (7), Olaria (7), Madureira (6), Bonsucesso (5), Vasco (5), América (4), Botafogo (4), Caldense-MG (4), Palmeiras (4), Atlético Mineiro (3), Corinthians (3), Tamoio-RJ (3), Villa Nova-MG (3), Barcelona-EQU (2), Emelec-EQU (2), Portuguesa-RJ (2), Rio Branco-ES (2), Rouen-FRA (2), São Paulo (2), Paulistano-MG (2), Atlético Nacional-COL (1), Athlético Paranaense (1), Austria Wien-AUT (1), Auto Esporte-PI (1), Bolívar-BOL (1), Campo Grande (1), Combinado de Berlim-ALE (1), Cruz Preta-MG (1), Independiente-COL (1), Kobenhavn-DIN (1), Limòges-FRA (1), München 1860-ALE (1), Olímpico-SC (1), Racing-FRA (1), Rapid Wien-AUT (1), Santos (1), Seleção da Argentina (1), Selecionado Capixaba (1), Stade de Reims-FRA (1), Tolima-COL (1), Tuna Luso-PA (1), Universitário-PER (1), Vitória-ES (1).


ZADA
Nome: Leonardo Martins Dinelli
Período: 1999 a 2002
Posição: Meio-campo
Jogos: 69 (21 v, 23 e, 25 d)
Gols: 26
Expulsões: 1
Emprestado pelo Vasco ao Bangu para a disputa do Campeonato Brasileiro da 3ª Divisão, em 1999, Zada ficou em Moça Bonita até o ano 2000, participando do Campeonato Carioca, com bastante êxito. Era pelos pés de Zada que se armavam as melhores jogadas ofensivas dos banguenses. Além disso, o camisa 10 ainda marcava muitos gols. Em 2001, o Vasco o emprestou para o Paraná. Mas ele regressaria em 2002, jogando o Torneio Rio-São Paulo e o Campeonato Carioca. Com o sucesso obtido com a camisa alvirrubra, Zada foi vendido para o Fluminense no segundo semestre. Depois, rodou por vários clubes do país (Fortaleza, Santa Cruz, Avaí, América, Macaé e Barra Mansa), e atuou também no futebol português, costarriquenho e até indonésio.



ZAMBONI
Nome: Paulo Ulysses Zamboni
Período: 1966 a 1969
Posição: Goleiro
Jogos: 12 (8 v, 2 e, 2 d)
Gols sofridos: 9
Reserva de Ubirajara na campanha do título carioca em 1966, Zamboni teve pouquíssimas chances de defender a meta banguense. Sem espaço no clube, chegou a ser emprestado ao Campo Grande, entre 1967 e 1968. Voltou em 1969, mas não conseguiu barrar Devito, ficando novamente no banco. Enfim, em 1970, ganhou passe livre e foi jogar no Comercial de Ribeirão Preto.



ZANATA
Nome: Roberto da Silva Pinheiro
Período: 1982 a 1990
Posição: Lateral-direito
Jogos: 20 (7 v, 5 e, 8 d)
Gols: 1
Expulsões: 1
Emprestado pela Catuense (BA) para o Campeonato Carioca de 1982, o loiro lateral Zanata fez apenas três partidas e acabou não se firmando naquela equipe do Bangu, formada basicamente por jogadores mais rodados. No entanto, Zanata faria fama ao longo dos anos 80 atuando pelo Bahia e Palmeiras. Estava na Portuguesa (SP), quando o alvirrubro novamente se interessou pelo seu futebol, retornando a Moça Bonita para o Campeonato Carioca de 1990. Fez sucesso naquela competição, sendo logo negociado com o Flamengo. Com a camisa do Bangu, marcou um gol diante da Cabofriense, garantindo a vitória por 1 a 0.



ZÉ ALVES
Nome: José Alves
Período: 1953 a 1956
Posição: Meio-campo
Jogos: 38 (22 v, 6 e, 10 d)
Gols: -
Expulsões: 2
Zé Alves – que surgiu nas “peladas” da Ilha do Governador, já adulto e chegou a Moça Bonita no meio do Campeonato Carioca de 1953 - ficou três temporadas na reserva do craque Zózimo, atuando apenas quando o titular estava impossibilitado. Em 1956, porém, perdeu todas as suas chances com o técnico Tim quando foi expulso diante do América, no Maracanã, e o Bangu acabou goleado por 6 a 1.



ZÉ AUGUSTO
Nome: José Augusto Freitas Sousa
Período: 2006
Posição: Meia-atacante
Jogos: 15 (6 v, 7 e, 2 d)
Gols: -
Emprestado pelo Madureira para a disputa do Torneio Seletivo de 2006, Zé Augusto era o típico atacante que não fazia gol. Mesmo assim, foi titular na maior parte do certame. Em 2007, retornou ao Tricolor Suburbano. Ao longo de sua carreira, chegou a atuar também no futebol árabe e sul-coreano.



ZÉ CANTO
Nome: José Antônio Canto Rocha
Período: 2019
Posição: Goleiro
Jogos: 2 (2 d)
Gols sofridos: 6
Zé Canto – apesar de ter apenas 20 anos quando estreou – tinha um defeito grave: não saía do gol para cortar os cruzamentos sobre a área. Pior: fazia apenas golpe de vista quando os atacantes adversários cabeceavam. Por isso, levou seis gols do Maricá em apenas dois jogos da Copa Rio 2019, pagando o preço da insegurança.



ZÉ CARLOS
Nome: José Carlos Taveira
Período: 1937
Posição: Centroavante
Jogos: 2 (2 v)
Gols: 4
Zé Carlos fez poucos jogos pelo Bangu e obteve grande sucesso: marcou três gols num amistoso contra o Sport Club Iguassu e um gol de cabeça na vitória sobre o Botafogo por 2 a 0, na Rua Ferrer. Porém, como tinha contrato com o Tupi, teve que voltar para Minas Gerais e deixou de disputar o Campeonato Carioca de 1937. Fato curioso: o atacante tinha apenas 16 anos na época.



ZÉ CARLOS
Nome: José Carlos Menezes de Paiva
Período: 1951 a 1953
Posição: Zagueiro
Jogos: 27 (14 v, 1 e, 12 d)
Gols: -
Promovido a titular da zaga banguense durante o Campeonato Carioca de 1952, Zé Carlos formou dupla com Torbis, desbancando até mesmo o famoso argentino Rafanelli. Porém, perdeu definitivamente seu espaço no time depois do fracasso no Torneio Rio-São Paulo de 1953.



ZÉ CARLOS
Nome: José Carlos da Silva Fescina
Período: 1964
Posição: Meio-campo
Jogos: 1 (1 d)
Gols: -
Indicado por Ademir da Guia, o jovem Zé Carlos estava no Palmeiras quando veio para o Bangu para um período de testes. Chegou a formar dupla de meio-campo com Roberto Pinto durante um amistoso com o Vasco (0 x 1), em São Januário, mas acabou não ficando no clube. No mundo do futebol, ficaria mais famoso como treinador. Faleceu em 2011, aos 68 anos.



ZÉ CARLOS
Nome: José Carlos da Silva
Período: 1966 a 1972
Posição: Ponta-esquerda
Jogos: 47 (22 v, 3 e, 22 d)
Gols: 5
Contratado junto a Portuguesa (RJ), Zé Carlos veio para ser reserva de Canhoto. Com a saída do titular, assumiu temporariamente a camisa 11, até que o técnico Alfredo González resolveu promover o jovem Aladim na ponta-esquerda. A partir de então, Zé Carlos ficou sempre à espera de uma chance. Mesmo assim, pode se orgulhar de ser campeão carioca em 1966, participando de cinco jogos e marcando um gol, diante do São Cristóvão. Ao parar com o futebol, foi trabalhar na fábrica de papéis Klabin.



ZÉ CARLOS
Nome: José Carlos Evaristo da Silva
Período: 1990 a 1992
Posição: Atacante
Jogos: 9 (6 v, 1 e, 2 d)
Gols: 1
O canhoto Zé Carlos começou atuando como atacante no esquema do técnico Rogério Melo. Porém, chegou a ser testado como lateral-esquerdo em 1991. Nas duas posições não conseguiu agradar muito e, por isso, fez poucas partidas com a camisa do Bangu.



ZÉ GATINHA
Nome: Alessandro Scheppa
Período: 2021
Posição: Atacante
Jogos: 8 (1 v, 2 e, 5 d)
Gols: -
Um dos atacantes de apelido mais caricato da história, o capixaba Zé Gatinha, vindo da Inter de Limeira, foi um fracasso durante o Campeonato Carioca de 2021, passando em branco nos oito jogos que fez.



ZÉ LUIZ
Nome: José Luiz de Oliveira
Período: 1938
Posição: Zagueiro
Jogos: 14 (6 v, 2 e, 6 d)
Gols: -
Zé Luiz chegou ao Bangu quando já tinha 34 anos e uma carreira vitoriosa nas costas. Foi campeão carioca pelo São Cristóvão em 1926 e participou de três partidas com a Seleção Brasileira em 1930. Na Rua Ferrer, formou dupla de zaga com Enéas na ótima campanha que o time alvirrubro fez no Torneio Municipal de 1938.



ZÉ MARIA
Nome: Waldemar José Maria
✩ 29/9/1902 ✞ 1/2/1964
Período: 1926 a 1932
Posição: Meio-campo
Jogos: 144 (68 v, 16 e, 60 d)
Aproveitamento: 53%
Gols: 2
Expulsões: -
Estreia: Bangu 2 x 1 Vila Isabel (28/3/1926)
Despedida: Bangu 2 x 5 S. C. Brasil (2/10/1932)

Até 1925, o meio-campo Zé Maria atuava pelo Metropolitano do Méier. Para sua sorte, o seu time era um costumeiro adversário do Bangu em jogos-treinos naqueles anos 20. Com isso, foi chamado para defender o grêmio da Rua Ferrer, assinando sua ficha de inscrição no alvirrubro em 19 de março de 1926, a tempo de estrear no Torneio Início.
Naquela temporada, Zé Maria formaria na linha média ao lado de Arnô e César. No ano seguinte, com a saída de Arnô, ganhou a companhia do genial Fausto na composição do meio-campo.
Seus companheiros no meio iam mudando e Zé Maria era sempre mantido como titular absoluto. Seu estilo de jogo, foi certa vez analisado de maneira controversa: “joga sempre com a maior violência, porém ‘na bola’. Sem corrida, cai aos pés do extrema quando este tenta cortar seu caminho. É um sportsman perfeito” – definiu O Globo Sportivo.
Em 1930, após voltar da famosa viagem do Bangu à Bahia, teve uma excelente ideia: colocou seu sobrinho – o garoto Manoraldino – para ser mascote do time. Continuou entre os titulares até 1931, perdendo sua posição somente em 1932, quando a linha média passou a ser formada com Eduardo, Santana e Médio.
Sem desfrutar do mesmo sucesso de outros anos, Zé Maria resolveu parar com o futebol no final daquela temporada, encerrando a carreira antes do surgimento do futebol profissional, em 1933. Passou, então, a se dedicar exclusivamente ao seu emprego nas oficinas da Estrada de Ferro Central do Brasil, no bairro do Engenho de Dentro.
Se Zé Maria parou um ano antes de ver o Bangu ganhar o título máximo de 1933, seu sobrinho teve a honra eterna de se consagrar como a sortuda mascote daquela equipe.
Voltaria ao Bangu em 1936 para ser treinador, sendo um completo fracasso. Mesmo assim, reassumiu a equipe em 1943, desta vez, obtendo resultados bem expressivos.



ZÉ MARIA
Nome: José Maria da Silva
Período: 1958 a 1963
Posição: Atacante
Jogos: 96 (54 v, 20 e, 22 d)
Gols: 36
Expulsões: 1
Antes de se profissionalizar, Zé Maria era – junto com Ademir da Guia – um dos maiores talentos da safra banguense. Tinha sido convocado para os Jogos Pan-Americanos de Chicago em 1959, ganhando a medalha de prata com a Seleção Brasileira de Amadores e sendo o artilheiro do torneio, com 8 gols. Na volta ao Rio, foi ainda campeão carioca de juvenis. Em 1960, entrou para a equipe principal pela porta da frente: ganhando o Torneio de Nova York e anotando 5 gols na campanha do título. A partir de então, o ímpeto goleador de Zé Maria foi diminuindo e nas temporadas de 1961 e 1962, ele não brilhou tanto, chegando a ir para o banco de reservas. Enfim, foi negociado com o Sporting de Lisboa em 1963.



ZÉ MAURO
Nome: José Mauro Chiaradia
Período: 1970 a 1971
Posição: Meio-campo
Jogos: 26 (6 v, 10 e, 10 d)
Gols: 2
Vindo do Flamengo de Varginha (MG), Zé Mauro disputou a excursão que o Bangu fez à África e à Europa em 1970. Continuou no clube em 1971, mas passou a frequentar o banco de reservas.



ZÉ OTO
Nome: José Otto Pinto Guimarães
Período: 1966 a 1968
Posição: Zagueiro
Jogos: 8 (3 v, 5 d)
Gols: -
Atleta formado pelo clube, o zagueiro Zé Oto começou muito cedo a disputar partidas pelos profissionais, como reserva de Mário Tito. No entanto, não conseguiu espaço em Moça Bonita e foi emprestado para o Madureira em 1967 e, enfim, negociado com o Campo Grande, em 1968.



ZÉ RICARDO
Nome: José Ricardo Kalil Azeredo
Período: 1989
Posição: Meio-campo
Jogos: 25 (9 v, 7 e, 9 d)
Gols: 2
Expulsões: 1
Emprestado pelo Flamengo para que ganhasse experiência no Bangu, o meia Zé Ricardo disputou toda a temporada de 1989 com a camisa alvirrubra, passando praticamente despercebido. Em 1990, voltou ao time da Gávea. Jogaria ainda no Ceará e no Americano.



ZECA
Nome: -
Período: 1936
Posição: Atacante
Jogos: 1 (1 d)
Gols: -
Jogador emprestado pelo Modesto ao Bangu para a disputa do Campeonato Carioca de 1936, Zeca fez apenas uma partida – perdeu – e foi devolvido ao clube de Quintino.



ZECA
Nome: Oswaldo José da Fonseca Almeida
Período: 1969
Posição: Meio-campo
Jogos: 6 (1 v, 1 e, 4 d)
Gols: -
Trazido para o Bangu pelo técnico Daniel Pinto, que o conhecia dos tempos da Portuguesa da Ilha do Governador, o meia Zeca atuou apenas nos jogos da Taça Guanabara de 1969, sem qualquer sucesso.



ZECA
Nome: David da Silva Lima
Período: 2016
Posição: Lateral-esquerdo
Jogos: 3 (1 e, 2 d)
Gols: -
Vindo do Botafogo (PB), o lateral Zeca teve poucas chances pelo Bangu, durante a Copa Rio de 2016. Depois, foi jogar no Rio Claro (SP).



ZELÃO
Nome: -
Período: 1936
Posição: Zagueiro
Jogos: 2 (1 v, 1 d)
Gols: -
Testado apenas duas vezes em partidas amistosas de 1936, o zagueiro Zelão, vindo do time amador Vila Conceição, de São Paulo, formou dupla de área com Mário Carreiro, ganhando um jogo e perdendo outro.



ZELITO
Nome: Joselito da Independência Barbosa
Período: 1982 a 1984
Posição: Meio-campo
Jogos: 17 (13 v, 4 e)
Gols: 7
Vindo dos juniores do Atlético Mineiro, Zelito era bastante jovem quando o técnico João Francisco o fez estrear na “fogueira”: contra o Corinthians, no Morumbi. O “mineirinho” não se intimidou e fez o gol da vitória alvirrubra por 2 a 1. Obteve sucesso na temporada de 1982, atuando muito bem durante a excursão ao Nordeste do país. No entanto, o meia teve poucas chances entre os profissionais, sendo emprestado para o Madureira em 1983. Saiu definitivamente em 1984, conseguindo, enfim, seu “lugar ao sol” no Central de Caruaru (PE), em 1985. Atuou por dezenas de times até a encerrar a carreira, em 1994, no Comercial de Alegre (ES). Curiosamente, jamais perdeu um jogo com a camisa do Bangu.



ZEZÉ
Nome: José Nascimento
Período: 1929 a 1936
Posição: Goleiro
Jogos: 83 (43 v, 12 e, 28 d)
Gols sofridos: 141
Vindo do Everest (RJ), Zezé surgiu no gol do Bangu durante o Campeonato Carioca de 1929, roubando a vaga de Nelson nas últimas partidas daquele ano. A partir daí, manteve-se como titular absoluto nas duas temporadas seguintes, sendo sempre muito elogiado nas crônicas esportivas dos jornais. No entanto, em 1932, assinou inscrição pelo Olaria e foi jogar por aquela agremiação, retornando ao alvirrubro em 1936.



ZEZÉ
Nome: -
Período: 1975
Posição: Ponta-direita
Jogos: 11 (3 v, 1 e, 7 d)
Gols: 1
Zezé chegou no meio da temporada de 1975 e acabou ficando na reserva de Gilberto. Atuou pouco, marcou seu único gol diante do São Cristóvão e não permaneceu no Bangu para o ano seguinte.



ZEZINHO
Nome: José Dias
Período: 1927
Posição: Atacante
Jogos: 1 (1 d)
Gols: -
Zezinho fez apenas uma partida pelo Campeonato Carioca de 1927, no restante do ano, atuou pelo 2º time.



ZEZINHO
Nome: José do Patrocínio Vieira
Período: 1948 a 1950
Posição: Ponta-esquerda
Jogos: 67 (33 v, 15 e, 19 d)
Gols: 20
Zezinho estava no Siderúrgica de Sabará (MG), quando o técnico Ayrton Moreira o trouxe para ser o ponta-esquerda do Bangu nas temporadas de 1948 e 1949. Bom jogador, permaneceu no clube até o final do primeiro semestre de 1950, quando foi vendido ao Atlético Mineiro por 14 mil cruzeiros, participando de uma famosa excursão feita pelo clube alvinegro à Europa. Faleceu em 2000, aos 75 anos.



ZEZINHO
Nome: José Funicelli
Período: 1952
Posição: Atacante
Jogos: 11 (7 v, 4 d)
Gols: 7
Vindo do Linense (SP), em março de 1952, o atacante Zezinho jogou poucas partidas pelo Bangu e logo deixou Moça Bonita para atuar pelo Corinthians, onde conseguiu jogar menos ainda: fez só oito jogos no time paulista. Chegou a marcar três gols em um amistoso contra a Seleção Capixaba.



ZÓZIMO
Nome: Zózimo Alves Calazans
✩ 19/6/1932 ✞ 21/9/1977
Período: 1952 a 1963
Posição: Meio-campo
Jogos: 476 (261 v, 104 e, 111 d)
Aproveitamento: 66%
Gols: 30
Expulsões: 3
Estreia: Bangu 2 x 3 Oriente (7/5/1952)
Despedida: Bangu 1 x 3 Fluminense (8/12/1963)

Zózimo foi o jogador banguense que mais sucesso internacional obteve. Nos 11 anos em que defendeu o Bangu, participou de 39 partidas com a camisa da Seleção Brasileira – o que é um recorde, superando até mesmo a Zizinho.
Menino pobre, nascido no bairro de Plataforma, em Salvador, Zózimo vinha de uma família de dez irmãos que, nos anos 40 se mudou para o Rio de Janeiro, para morar em São Cristóvão.
Curiosamente, não se interessou pelo time do bairro. Aliás, até os 15 anos, pouco pensava em futebol, focado que era nos seus estudos. Seu irmão mais novo – Calazans - já vinha atuando nas categorias de base do Bangu e convenceu Zózimo a ir fazer um teste em Moça Bonita.
O rapaz de 19 anos impressionou tanto que logo garantiu vaga entre os juvenis na temporada de 1951. Pode-se dizer que Zózimo foi o primeiro “produto” da bem-sucedida filosofia do clube de revelar grandes jogadores. Depois dele, viriam Décio Esteves, Ubirajara, Ademir da Guia, Mário Tito e Paulo Borges.
Em 1952, ainda como jogador amador, foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou os Jogos Olímpicos de Helsinque, no mês de julho. Não ganhou medalha, mas quando retornou, já era titular dos profissionais do Bangu.
Rapidamente, o alvirrubro tinha conseguido um centro-médio elegante, que jogava de cabeça erguida, olhando o movimento de todos os demais em campo.
Ao mesmo tempo, Zózimo podia atuar como quarto-zagueiro e também marcar muitos gols quando ia ao ataque. Foi assim durante a excursão do Bangu ao México, em 1953, quando foi a grande estrela da companhia, aproveitando-se de uma longa contusão do “Mestre Ziza”.
Em 1956, a Seleção Brasileira voltou a convocá-lo para alguns amistosos, Taça Oswaldo Cruz e Taça do Atlântico. No ano seguinte, foi titular durante o Campeonato Sul-Americano de Lima e passou a ter certeza de que, em 1958, estaria na Copa do Mundo da Suécia.
Realmente, foi até a Suécia, mas o técnico Vicente Feola manteve o craque banguense na reserva de Orlando, do Vasco, durante toda a competição. Retornou ao Brasil um pouco amargurado, apesar de ter sido recebido festivamente pela população e até mesmo pelo presidente Juscelino Kubitschek. Afinal, era um dos 22 jogadores campeões do mundo.
Com o status de ter um campeão mundial no elenco, fortemente assediado pelo São Paulo e pelo Santos, o Bangu, além de não vender seu passe, aproveitou a situação para uma vitoriosa excursão às Américas no final do ano. Zózimo ergueu, então, mais duas taças: uma na Venezuela, outra na Costa Rica.
Em 1959, dedicou-se exclusivamente ao Bangu, terminando o ano como vice-campeão carioca. Mas, em 1960, obteria mais uma glória internacional: o título do Torneio de Nova York, atuando em todos os seis jogos que deram ao alvirrubro a conquista histórica.
No mesmo ano, ainda faria a sua melhor partida com a camisa alvirrubra, contra o América, do seu irmão Calazans, no Maracanã. Zózimo marcou o gol da vitória por 1 a 0 e ainda fez um bloqueio defensivo perfeito, que culminou na quebra da invencibilidade do rival.
Em 1962, o Bangu ficou longos meses sem Zózimo. Não por causa de contusão, mas sim porque a Seleção Brasileira mais uma vez precisou dos serviços do camisa 4 alvirrubro. Desta vez, o técnico Aymoré Moreira deu a ele a titularidade. Com 30 anos, no auge da forma, foi bicampeão mundial, desta vez atuando do início ao fim da Copa do Chile. Se quisesse contar o título do Torneio de Nova York em 1960, poderia se orgulhar de ter um tricampeonato mundial particular.
A mesma desenvoltura que exibia com a camisa da Seleção, Zózimo começou a perder com a do Bangu. No Campeonato Carioca de 1962, o técnico Gradim ficou decepcionado com Zózimo quando ele marcou um gol contra diante do Fluminense, na derrota alvirrubra por 2 a 0. A partir daí, “sacou” o campeão dos três jogos finais da competição.
Sua última chance de ser campeão carioca pelo Bangu ocorreu em 1963. O time do técnico Tim liderou o certame desde a primeira rodada, fracassando justamente nas rodadas finais. E Zózimo foi o maior crucificado.
Na penúltima rodada, contra o Fluminense, no Maracanã, Zózimo inexplicavelmente agarrou a bola com as duas mãos dentro da área. Um pênalti estranho, que nem os jogadores do tricolor entenderam bem. Teria o bicampeão mundial se vendido?
Foi o que passou pela cabeça de muita gente. Principalmente do presidente Euzébio de Andrade que, no dia seguinte anunciou que Zózimo estava multado em 60% do salário. O jogador não aceitou a punição. Lamentou seu gesto. Disse achar que a partida estava paralisada e que, inclusive, estaria fora da grande área.
Enfim, foi até o escritório do Patrono Guilherme da Silveira conversar. O Bangu até perdoaria Zózimo pelo lance, acreditou-se na sua inocência. Um atleta que já defendia o Bangu há tanto tempo não podia estar “vendido”.
Mas não havia mais clima para que ele continuasse em Moça Bonita. Os torcedores mais exaltados já cercavam a sua casa e o xingavam nas ruas, esquecendo-se completamente que era uma das maiores honras da história do clube. Enfim, no início de 1964 foi transferido – quase que como castigo – para a pequena Esportiva Guaratinguetá (SP). Em 1965, foi emprestado ao Flamengo para a disputa do Torneio Rio-São Paulo, mas fez apenas quatro jogos com a camisa rubro-negra. Seus melhores dias no futebol tinham ficado para trás.
Desiludido, foi jogar no Sport Boys, do Peru, começando por lá a carreira de técnico. Seria perdoado pelo Bangu em 1973, quando assumiu a direção dos profissionais nos últimos jogos do Campeonato Carioca, em substituição a Vavá.
A tragédia maior de Zózimo não seria a acusação de suborno de 1963. Em 21 de setembro de 1977, quando tinha acabado de assinar contrato para treinar o Alianza de Lima, sofreu um fatal acidente automobilístico.
“O acidente ocorreu ontem à tarde, na estrada do Mendanha, em Campo Grande, quando o Volkswagen de placa SO-8649, dirigido por Zózimo, derrapou na pista molhada e chocou-se com um poste. O ex-jogador ainda chegou a saltar do carro e dar dois passos, antes de cair morto. Seu relógio parou na hora exata do acidente: 14h45. Debaixo de chuva, os jogadores juvenis do Campo Grande aguardavam seu técnico, Zózimo, que nas conversas com os amigos costumava dizer que gostaria de ser enterrado com a camisa da Seleção Brasileira” – contou o jornal O Estado de São Paulo. Tinha apenas 45 anos...